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Gênero: Death Metal
SOBRE O ÁLBUM:
“Eu sempre abraço as mudanças. As mudanças tornam a vida muito mais interessante. Se tudo fica igual, fica chato. Mas quando tudo fica de pernas para o ar, você tem que descobrir como fazer tudo de maneira diferente. Fazer música nos tempos atuais é meio libertador, sabe? Eu sei como as coisas podem acabar logo, então agora eu realmente não dou a mínima”, disse o guitarrista, vocalista, baixista e membro fundador do CADAVER, Anders Odden.
Percorrendo esta torturante trilha nefasta por mais de 30 anos, o CADAVER continua sendo uma das forças mais potentes e únicas dentro do Metal Extremo contemporâneo. Formada na Noruega em 1988 e liderada desde sempre pelo Odden, a banda foi pioneira em tocar uma estranha e aterrorizante variante do Death Metal que orgulhosamente ignora qualquer tipo de regra. Tanto no seu seminal álbum de estreia “Hallucinating Anxiety” quanto no seu sofisticado sucessor “?In Pains” (de 1992), a banda apresenta o seu compromisso com um ethos subversivo, algo que a diferencia da grande maioria das bandas com ideias semelhantes.
Em 2023, o CADAVER está de volta mais uma vez para mostrar o dedo do meio a todos aqueles conformistas dentro da cena. Depois de alguns anos turbulentos, durante os quais ele lutou e venceu a batalha contra o câncer, Odden e seu colega e baterista Dirk Verbeuren criaram uma sequência perturbada e venenosa para o amplamente elogiado “Edder & Bile” de 2020. Fiéis às raízes primitivas da banda e um prato repleto de terror psicodélico audacioso e inovador, “The Age Of the Offended” é um álbum raivoso e doente para tempos raivosos e doentios, desafiadoramente criado contra todas as probabilidades.
“Não diminuímos a velocidade em nada durante a pandemia”, diz Odden. “Depois dos meus problemas de saúde, eu lutei para voltar e, quando fiquei em forma o suficiente, reuni o material e gravei as músicas junto com o Dirk, desta vez foi realmente rápido. Estou sempre fazendo demos e músicas pela metade e o Dirk também veio com uma música completa, que eu ’cadaverizei’! Eu queria fazer algo diferente, que tivesse o que parecia ser o som daquela época, aquela sensação apocalíptica de confinamento e tudo isso. Mas também queria que fosse atemporal e, de certa forma, diferente de tudo. Eu realmente queria fazer algo mais do que apenas outro álbum de death metal. Eu acho que Edder & Bile ficou mais ou menos como eu queria, mas dessa vez eu queria expandir mais meu som. Sempre vamos além. A gente não se contenta com apenas uma coisa, entende?”
Apesar de todos os desafios logísticos gerados por uma pandemia global, a força e o foco da visão musical de Odden nunca foram prejudicados. Gravado na Noruega, Finlândia e Los Angeles, “The Age Of The Offended” representa mais um triunfo sobre a adversidade para esses obstinados senhores.
“Dirk gravou sua bateria em LA. Nosso produtor, Adair Daufembach, que fez todo o trabalho de bateria para Dirk, veio para a Finlândia para gravar com (o guitarrista do Megadeth) Kiko para seu álbum solo, e então ele deveria vir para minha casa e gravar o que quer que eu estivesse fazendo”, relembra Odden. “Era final de 2021 e o passaporte da Covid não estava funcionando para os americanos irem da Finlândia para a Noruega, então tive que voar para a Finlândia. Ficamos em um AirBnB, montei um estúdio temporário e peguei alguns equipamentos emprestados de um produtor amigo meu em Helsinki, e gravamos todas as minhas partes, durante duas semanas em Helsinki, bem próximo ao aeroporto. Para tornar a situação um pouco mais engraçada, chamei o local de… La Villa Necro!”.
O catálogo do CADAVER é uma coisa estranha e variada. Desde os experimentos primitivos de Death Metal nos primeiros anos de carreira, até o presciente terrorismo tecnológico de “Discipline” de 2001 (lançado sob o nome de Cadaver Inc) e a maliciosa volta ao básico em “Necrosis” de 2004, Odden nunca trilhou um caminho previsível ou comum, mas mesmo por suas próprias posições esotéricas exigentes, “The Age Of The Offended” é uma real revelação. Enraizado no Death Metal Old School, mas deliciosamente distorcido, com incontáveis enfeites lisérgicos e momentos de loucura desorientadora, músicas como a explosiva ’Postapocalyptic Grinding’ que abre o álbum e a bad trip bombástica de ’Death Revealed’ adiciona ainda mais profundidade e cor ao mórbido cenário do CADAVER.
“Eu realmente queria que fosse totalmente psicodélico. É um álbum muito weed-friendly! Vai ser realmente assustador com cogumelos, eu acho. Mas, de alguma forma, você pode ouvir o som característico de todos os álbuns nos riffs. Você pode ouvir a mesma vibe, mas sempre em um contexto sonoro diferente e inspirado em coisas diferentes. Não quero me limitar como compositor e músico”.
Aviso de gatilho: “The Age Of The Offended” não é recomendado para os excessivamente sensíveis. Como um bom veterano da cena norueguesa, Anders Odden se lembra de um tempo sem smartphones e sem mídias sociais. Audivelmente enojado com o estado atual das coisas, o novo álbum do CADAVER nos faz lembrar de que o underground do metal foi criado por pessoas que rejeitaram o ortodoxo e se recusaram a fazer concessões. Hoje, o mundo está mais preocupado em não irritar as pessoas, em não ser cancelado, o que vai contra a principal filosofia do CADAVER.
“Quando éramos crianças, queríamos ofender ’todo mundo’ com o que fazíamos”, afirma. “Foi isso que aprendi com o Mayhem. Apenas mande um ’foda-se’ para todo mundo e seja explícito e desagradável e todas essas coisas. Mas agora todo mundo é tão sensível, e isso é muito provocativo para a minha geração, que não podemos dizer o que queremos dizer. As pessoas são apenas covardes e (sic) maricas, em vez de se defenderem e mandarem um ’foda-se’ para as pessoas. Eu odeio mídia social. Não estou nem um pouco interessado. Eu tenho uma vida. Eu sou muito da velha guarda. Se você não me mandar uma mensagem, eu não te conheço. Mas os antigos hábitos também eram uma grande merda, hahaha!”
Além das inestimáveis habilidades do baterista Dirk Verbeuren, Odden também é acompanhado em “The Age Of The Offended” por algumas figuras extremamente notáveis. Em primeiro lugar, a lenda norueguesa do metal Ronni Le Tekrø, guitarrista dos heróis old school TNT, pode ser ouvida destruindo como um louco no álbum inteiro. Originalmente trazido para tocar um solo no cover distorcido do clássico ’Deadly Metal’ do TNT (que aliás também é o nome da primeira banda de Odden), Ronni gostou tanto da experiência que se ofereceu para tocar em todo o álbum. Enquanto isso, o maestro do baixo Eilert Solstad, que tocou no álbum do CADAVER de 1992 “?.In Pains”, retorna aos braços da banda com a matadora ’Scum Of The Earth’, adicionando escabrosas texturas e tons subterrâneos à tempestade de riffs de Odden.
“Eilert é um músico muito habilidoso, ele vem originalmente do punk e do jazz, mas para ele Cadaver soa como uma insanidade progressiva, estranha e otimista com muitas vibes punk e esquisitices”, observa Odden. “Ele cresceu ouvindo o Sabbath e todas as grandes bandas dos anos 70, então ele é hardcore old school. Ele está conosco desde 2020, e quando fazemos shows ao vivo como um trio, é impressionante o espaço que ele deixa para as guitarras ficarem totalmente estranhas na parte superior. O contrabaixo com distorção apenas preenche todos os buracos com graves e soa muito diferente de qualquer outra banda de metal. Isso é fundamental para nós, fazer algo deliberadamente diferente ao vivo”.
Finalmente, “The Age Of The Offended” proporciona mais provas de que o CADAVER é uma força totalmente singular. Com ecos propositais da estranha e enjoada intro que ele gravou para “Hallucinating Anxiety”, 33 anos atrás, o trombonista Svein Johannessen mais uma vez uniu forças com Odden para criar o inquietante ponto de partida do novo álbum, ’The Sycophanto Swing?’
“Svein estava na banda de jazz-punk de Eilert no começo. Eu só queria trazê-lo de volta. Ele tocando uma melodia em cima do que eu escrevi parece que eu estou experimentando algo dos anos 1920. É uma peça original, mas parece que é de cem anos atrás. Eu queria aquela sensação de 100 anos atrás, com a gripe espanhola e a Primeira Guerra Mundial, aquela sensação apocalíptica. Eu queria ter o som dos anos 1920 entrelaçado nessa peça cinematográfica moderna e estranha. Eu a chamei de ’Sycophanto Swing’, por causa de todos esses aduladores, bajulando esses idiotas que governam o mundo, seja Trump ou Putin ou quem quer que seja o ditador favorito!”
Criar o sucessor do grotesco renascimento chamado “Edder & Bile” não seria nada fácil, mas “The Age Of The Offended” confirma que o CADAVER está em alta e crescendo em força e confiança. Uma barragem selvagem e perversa de pura brutalidade alucinatória que nos esmurra com originalidade, curiosidade e desafio, em um mundo paralisado pelo completamente mundano. Agora, como sempre, nada e ninguém soa remotamente como eles.
“Quando crescemos, não ouvimos apenas um tipo de música, mas qualquer uma que fosse extrema”, conclui Odden. “Hardcore, death metal, black metal, grindcore, não importava. Acho que todas essas pessoas que tentam se encaixar em um gênero não entendem que nunca quisemos fazer parte de nenhum gênero. Essa era a nossa força motriz… fazer nossa própria versão fodida de qualquer coisa que se adequasse às nossas habilidades, e se isso fosse chamado de black metal, death metal ou grindcore, quem merda se importa?”
TRACK LIST
1. Sycophants Swing (Intro)
2. Postapocalyptic Grinding
3. Scum Of The Earth
4. The Age Of The Offended
5. Death Revealed
6. The Shrink
7. Crawl Of The Cadaver
8. The Drowning Man
9. The Sicker, The Better
10. Dissolving Chaos
11. Deadly Metal
12. The Craving
13. Freezing Isolation
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Dimensões | 15 × 10 × 1 cm |